Este post devia ter sido escrito durante a semana passada, mas infelizmente apanhei uma gripe ainda nos EUA e desde que regressei tenho passado a maior parte do tempo na cama a recuperar. Apesar de não me sentir ainda a 100% já tenho força e cabeça para tentar descrever o que aconteceu nestas últimas três semanas.
Após receber a bagagem no aeroporto de Newark lá me dirigi á saída para me encontrar com o meu grande amigo Jorge Teixeira aka Onepocketpro para irmos directos para Atlantic City, mais precisamente para o Borgata porque decorria o WPT e era onde toda a acção acontecia.
O Borgata preza pela distinção, grandeza e poker, muito poker. Para além do local onde decorriam os torneios, possui um espaço com 40 e poucas mesas de poker onde é possível jogar desde 1-2 até 50-100 ou mais alto sob pedido. Quando lá cheguei e apesar de estar algo cansado, não consegui resistir sem me sentar numa mesa de 1-2 e começar a jogar. Primeiro problema… PASSPORT, please! Disse ao gerente da sala que não o tinha comigo ali porque o tinha deixado no carro, mas que tinha o meu BI. O gajo teve uns 5 minutos a olhar para aquilo e disse-me que não servia porque não estava escrito em Inglês… LOLLLLLLLL!!! Mesmo após lhe ter mostrado que efectivamente na frente está escrito em inglês “bilhete de identidade” o gajo insistiu em ver o passaporte. Lá tive que ir ao carro para poder jogar. Depois de 2-3 horas a jogar, o cansaço falou mais alto e peguei nos 150$ de lucro e fui ao caixa. Uma senhora simpática virou-se para mim e começámos a dialogar:
- Can i see your passport?
- Why, do i look like under 21?
- Yes, u do
- But Miss, i am 32! Do i look that young?? Here´s my passport!
- You really are 32, sorry!
- Don´t say sorry, for me it´s like a compliment:)
O engraçado é que foram várias as vezes que me pediram o passaporte no casino, até que depois acho que já me conheciam e não me chateavam com isso.
Ao contrário do que tinha inicialmente previsto acabei por não jogar nenhum torneio. Por um lado a vontade de ter de “doar” 30% ou 36% ao Estado Americano por qualquer prémio que conseguisse não me motivava, por outro o custo dos torneios não fazia jus á estrutura que apresentavam. E quando tenho oportunidade de jogar torneios melhores pelo mesmo preço não vou jogar só para dizer que joguei.
Nos dias que passámos no Borgata acabei por apenas jogar 1-2 e 2-5 e o saldo foi quase nulo. Acho que ganhei qualquer coisa mas não chegou para as despesas. Houve 3 mãos chave que ditaram este resultado. Numa com AK com KQ7 no flop onde o gajo faz call a 4bet com Q7o e flopa 2 pares; outra tenho KK e bati na parede…AA; e outra onde tenho KK contra o gajo do AA e o gajo faz call a 4bet para isolar short que tinha ido all in com 77 acabando por conseguir um 7 na board… ouch!!
Além dos excelentes restaurantes que o Borgata oferece (tirando o fast food downstairs…) aconselho vivamente a assistirem ao show de Stand Up Comedy que tive o prazer de assistir numa das noites. Foi uma hora de boa disposição, os tipos eram efectivamente muito bons.
Como pokerspeaking as coisas não estavam a correr nem bem nem mal… antes pelo contrário :), resolvemos ir para casa do Onepocketpro em Naugatuck Connecticut.
Basicamente passámos o resto do tempo em Private Wild Games onde o azar ao vivo de que me queixo sistematicamente não desapareceu com a mudança de ares. Efectivamente acho que estou possesso… ou como dizia ao Onepocket, “I´m bad luck man!!” lolololololol
Os jogos em Naugatuck são ultra loose e agressive e onde se pode dizer que todos os eles são mesmo muito maus. Desde calls pela stack com gutshots, a allins com bottom pair, bluffs medonhos contra qualquer um, LOL a diversão era sempre garantida. Óbvio que aqui o Je não facturou. Entre coolers e badbeats foi um festival, mas pronto, nada que não esteja habituado, numa mão faço check raise all in contra o donk da mesa com TPTK numa board Q52 e levo call de A5… Turn 5! Reload mister… Noutra com QQ faço 4bet ao maniac da mesa e ele cola. Flop T53, ele bet eu todas ele cola com 57, e não sei bem como a minha mão aguentou. Só vos digo que eram todos malucos e não é surpresa para mim o facto do Onepocket ganhar dinheiro naqueles jogos regularmente. Infelizmente não estávamos nos nossos dias e acabámos por não sair positivos nestes jogos.
Apesar de não ter terminado positivo não foi nenhuma desgraça, no poker perdi no final da viagem cerca de 1k, o que a jogar 2-5 e 5-5 não é nada. Uma coisa é certa, quando voltar nem vou perder tempo nos casinos, vou bem abastecido para poder jogar mais á vontade e vou mas é atacar aqueles gajos. Vi vários gajos a entrar com 500 e a sair com mais de 4k numa noite. Os jogos são mesmo muito apetecíveis e apesar de não começarem com muito dinheiro na mesa, passado umas horas já estão uns largos milhares espalhados pelos jogadores.
Fora das mesas acabei por passear muito, conheci o famoso Casino Foxwoods e o Mohegun Sun. Simplesmente espectaculares, o primeiro pela sala de poker que é a maior dos EUA, o segundo pela beleza interior… Indescritível o trabalho dentro daquele Casino!!
Nova Iorque foi uma cidade que me deixou saudades e onde certamente irei voltar desta vez com tempo para visitar tudo o que merece ser visitado. Apenas tive oportunidade de subir ao Empire State Building, visitar o Ground Zero, 5th Avenue, 42nd Street, Time Square e toda aquela zona circundante. As compras são um forte por Terras do Tio Sam e apesar de não ser uma pessoa consumista por natureza, acabei por não resistir e comprei uma data de coisas para mim e para a minha mulher.
Comprei também 4 livros de Poker: Power Hold’em de D. Negreanu, Every Hand Revealed de Gus Hansen, The Psychology of Poker de Alan Shoonmaker e Sklansky e o NLHE Theory and Practice de Ed Miller e Sklansky. O único que li até agora foi o do Gus Hansen por ser de leitura fácil. O livro deixa algo a desejar, mas dá para ter uma ideia da forma dele pensar e o motivo pelo qual defende tanto as blinds. Acho que para um “thinking player” o livro é básico demais e poucas coisas poderá fazer mudar ao estilo de jogo pessoal, mas não é também uma total perca de tempo. Acaba por ser uma história real de um torneio que ele jogou e ganhou e onde partilha com o leitor as suas mãos e porquê (mesmo que por vezes básico) das suas acções.
O mês online começou normalmente, ou seja, bem e para além de poderem conversar comigo normalmente pelo msn, vão poder encontrar-me no BBPT em Espinho.
Até lá…
AAbraços